terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

Viva o Quatro de Abril!


Qual o significado do quatro de abril? Se de fato nos casamos muito provavelmente entre uma terça e uma quinta feira, numa semana chuvosa, num certo bairro da comarca de Jacarepaguá, entre um jantar e outro, entre uma garrafa de vinho e uma taça de sorvete.

As testemunhas foram um rádio e dois anjos da guarda que, travessos como o cupido, nos fizeram esquecer a data. Talvez porque o tempo, a implacável máquina de Cronos que rege o universo desde antes do próprio universo, não tenha importância alguma diante de um amor assim tão grande. 

Teria sido apenas uma cerimônia? Que poderia celebrar-se em uma catedral ou num grande jardim, mas acontecera em uma casa humilde. Obra do mesmo par de anjos, nos ensinando que para um amor tão verdadeiro não há pompa, nem circunstância, nem luxo que baste.

Mas então o que é o quatro de abril? Penso que é um marco. Ah sim... Um amor tão grande e tão verdadeiro precisa de marcos. Se não como os poetas poderão contá-lo? Os marcos transcendem ao tempo e às cerimônias. 

Um marco pode ser uma data, como o vinte de janeiro, ou duas como doze e treze de julho. Um marco pode ser uma conversa no sofá, um feriado numa ilha, um carnaval, um rio, Dois Rios, uma catarata, o mar, uma floresta, uma pedra, um campo de dunas, um morro com um farol, uma quitinete, um palácio de cristal, um jardim de inverno, um quartel do exército, um cinema, um café, um barco, um beijo roubado o latido de um cão ou até mesmo um financiamento de trinta anos.

Pois então viva o quatro de abril! Um marco símbolo de um amor, singular, grandioso, singelo e, sobretudo, belo como um grande marco deve ser.

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