sexta-feira, 31 de janeiro de 2020

Consciência Ambiental

Um daqueles clichês turísticos deliciosos, a Praia do Forte fica no litoral norte da Bahia e é uma das atrações da linda estrada que liga Salvador à Aracajú. Piscinas naturais, praia de águas quentes, monumentos históricos, lojinhas, enfim, pacote completo para um viajante suburbano feito eu. 

A praia faz uma curva suave em direção ao pôr do sol e possui uma estreita faixa de areia guarnecida ao mar por arrecifes e à terra por um extenso coqueiral. Antes de chegar à praia, margeia-se uma lagoa de contornos erráticos, tranquila, tal qual uma canção do Caymmi.  No entanto, quando você menos espera, cai num centrinho comercial agitado, ruidoso. Uma mistura de box do Mercado Modelo com restaurantezinho gourmet da Pituba. Lugar um tanto quanto sem sentido, um tanto quanto aprazível, tipo Axé Music. 

Eis que depois de uma seção de praia, moqueca, caipirinha de seriguela, de umbu, compras, sorvete de mel de cacau. Pausa para falar sobre o sorvete de mel de cacau: a humanidade ainda não foi capaz de criar sabor melhor que sorvete de mel de cacau, faltam palavras a este cronista para descrever o que é o sorvete de mel de cacau. Retomando o assunto: mais lojinha, mais uma caipirinha de seriguela, outra caída na praia e vamos nós no Projeto Tamar.  

A unidade do projeto Tamar na Praia do Forte é uma das melhores da rede, o centro de visitação é excelente. Os pequenos adoram, os marmanjos reclamam – eu queria ter ficado na praia tio - mas adoram também. Sempre tem uma ou outra programação educativa rolando, tartarugas, peixinhos, tem até tubarão, tubarão lixa, mas é tubarão.

Saio eu desta maratona com minha trupe e, já a caminho de casa, passo por uma padaria bacanuda. A hora do café-da-tarde se aproximava e, como conheço a fome do meu povo, fui logo comprando umas baguetes, pão doce, queijo, um bolinho, pãozinho delícia. Pausa para falar do pãozinho delícia: é tão gostoso que para dividir fraternalmente entre todos nós foi tenso, bem tenso. E eu não comprei pouco! Mas tem gente até hoje magoado. A briga foi feia. Nunca mais seremos os mesmos.

Enfim, tava eu lá na padaria fazendo a limpa nas prateleiras e depois que passei pelo caixa me vi com uma penca de pacotes na mão. Sabe aqueles pacotes de pão feitos de papel? Então, eu estava com tantos deles que ficou meio ruim de carregar. Daí eu viro pra moça do caixa:

- A senhora tem uma sacola?

- É o que pai?

- Sacola pra colocar isso tudo dentro?

- Mas rapaz... Você acabou de sair do Tamar. Num aprendeu nada não, foi?

- Oi?

- Que sacola o quÊ pai! Vamos preservar as tartarugas por favor? Vocês tem umas mania viu...

- Desculpa.



 Este trabalho está licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição 4.0 Internacional




Meu primo Célio

E tem esse meu primo Célio, que na intimidade a gente chama de Celinho, de alguma forma ele sempre foi vanguarda. No início da d...