Sentiu nojo
de leite
asco da
terra
ojeriza à
sujeira.
Tinha repugnância
à dor
pânico de
cair
temor ao
escárnio
Tinha
aversão a compartilhar
medo do
aprendizado
horror a
brincadeiras
receio de
fazer amigos
Escolheu não
ser criança
Sentiu nojo
do sexo
asco do suor
ojeriza ao
desejo
Tinha repugnância
aos relacionamentos
pânico de se
decepcionar
temor às
doenças venéreas
Tinha
aversão à entrega
medo de
confiar
horror à dependência
receio de
ser traído
Escolheu não
amar
Sentiu nojo da
poeira
asco do
desconhecido
ojeriza à
estrada
Tinha repugnância
ao exótico
pânico de ser
surpreendido
temor de não
ser aprovado
Tinha
aversão à novidades
medo de viajar
horror à estrangeiros
receio de provar
Escolheu não
conhecer
Sentiu nojo da
comunidade
asco do fracasso
ojeriza a compartilhar
Tinha repugnância
aos olhares
pânico de desconhecidos
temor da falência
Tinha
aversão ao risco
medo de gente
horror à aglomerações
receio de ser
assaltado
Escolheu não
conviver
E eis que ao
chegar da hora
a morte odiou
a sua vida de tal forma
que decidiu
jamais ceifa-la
E ele jaz,
imaculado,
em sua
concha original