segunda-feira, 18 de janeiro de 2016

Os Livros



Ficou bastante claro que os livros os quais deputado bolso... mito(?) acusou o governo de distribuir não pertencem, de fato, ao programa nacional de livros didáticos. Não são distribuídos pelo MEC aos alunos, aos professores ou quem quer que seja. Tais publicações existem e estão disponíveis para que cidadãos possam conhecê-las e, se julgarem adequado, utiliza-las na educação sexual de seus filhos. Ou da maneira que melhor convir.

Entretanto não pensem que a revelação desses fatos gerou algum tipo de constrangimento ao deputado, a seus eleitores ou às pessoas que compartilham da mesma orientação ideológica. O buraco onde a serpente põe seus ovos é bem mais embaixo.

Para estas pessoas tais livros, bem como muitos outros, não deveriam existir. Acreditam na necessidade de uma política de estado que impeça determinadas publicações. Não somente literárias, todavia musicais, cênicas, científicas, estéticas, comportamentais. São pessoas tão seguras de que detém o conhecimento a cerca do que “é correto” que sequer se dão o benefício da dúvida. Acreditam que o único modo de vida decente é o que elas levam. E que a única cultura possível é àquela que condescendem.

Elas desejam um status quo que filtre as decisões e não as deixem a cargo das pessoas ditas comuns. Das quais elas se diferenciam por algum desígnio além de minha compreensão. E dão curso ao processo que meu amigo Sérgio definiu, jocosa e brilhantemente, como “bovinização”.  Sim, elas querem tomar as decisões em seu lugar.

Se você não gosta de correr riscos. Se o silêncio lhe soa melhor que o debate. Se o medo do ônus costuma a te impedir de tentar o prêmio. Se as ordens lhe são mais confortáveis que as alternativas. Se preferes a segurança do ninho às incertezas do voo... Bem amigo, siga votando neles. Todo homem tem o espírito livre, nem que seja para abdicar de sua liberdade. Enquanto isso, Mario Quintana, Emicida e eu, passarinhos.




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quinta-feira, 14 de janeiro de 2016

Cachaça

Coisa boa eu conheci na Jacutinga
doce, sinuosa, cheia de dengo
Custou-me metade da memória do feriado.
Ingrata!

O porre eu tomei no Catete
Eufórico, inconseqüente, cheio de si
Custou-me um pedaço do corpo
Insana!

A ressaca veio numa madrugada tijucana
Dolorosa, iluminada, cheia de prosa
A manhã cobrou a conta da crônica
Inconclusa...

Hoje, apenas encontros casuais,
sabor diário é café, amargo
Cheiro de açúcar me cobra a memória, docinha
Inesquecível.




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Meu primo Célio

E tem esse meu primo Célio, que na intimidade a gente chama de Celinho, de alguma forma ele sempre foi vanguarda. No início da d...